Desde a regulamentação das atribuições clínicas do farmacêutico no Brasil, através da Resolução 585/2013 do Conselho Federal de Farmácia (CFF), existe uma demanda crescente de profissionais interessados pela área. O Farmacêutico Clínico é um profissional muito qualificado e necessário em todos os cenários de prática: farmácias comerciais privadas, hospitais, clínicas, consultórios, unidades básicas de saúde, entre outros. Porém, por diversas razões, ainda é difícil encontrar bons farmacêuticos clínicos no mercado. Mas então, como se tornar um Farmacêutico Clínico no Brasil?
Primeiro, é necessário entender que para exercer muitas atividades clínicas o farmacêutico não precisa do título de farmacêutico clínico. Porém, destaca-se que o título está se tornando um requisito cada vez mais frequente para ser contratado. Além disso, um profissional só se sentirá seguro se, de fato, tiver tida sólida experiência na área – não apenas educacional, mas também prática. Pensando nisso, existe algumas possibilidades para seguir:
1. Programas de residência multiprofissional ou uniprofissional
Os programas de residência são, sem dúvidas, os maiores formadores de bons farmacêuticos clínicos no Brasil. Se você se interessa pela área, é uma ótima alternativa começar a pensar nessa possibilidade para a sua carreira! A residência, por definição, é uma modalidade de pós-graduação lato sensu com duração de dois anos.
E o que tem de tão especial nela? A grande diferença da residência para outros caminhos educacionais é que você será supervisionado por profissionais competentes na área – serão seus preceptores. Durante o período que você ser residente, certamente irá se deparar com casos clínicos muito enriquecedores. Além disso, o próprio ambiente e os outros residentes favorecem a aprendizagem.
Outra vantagem é que o governo disponibiliza bolsa de R$ 3.330,43 para todos. Se você ficou interessado, confira as vagas de residência que são sistematicamente reunidas e publicadas pelo CFF clicando aqui.
2. Especialização latu sensu (pós-graduação)
Outra forma de obter o título de Farmacêutico Clínico é através de uma pós-graduação, também conhecida como especialização latu sensu. A carga horária mínima de um curso desse tipo, segundo o Ministério da Educação (MEC), é de 360 horas – isso quer dizer que pode variar apenas para mais, nunca para menos. Além disso, é importante que você procure muitas informações e conheça bastante a instituição de ensino antes de assinar qualquer contrato.
Uma dica para escolher uma boa pós-graduação é procurar o currículo dos professores que irão ministrar as aulas. Como o Cuidado Farmacêutico depende muito de prática, é interessante contar com professores que vivenciam essa realidade cotidiano. Além disso, também verifique a estrutura oferecida aos alunos, como consultórios para práticas e estágios. Por fim, ao concluir sua especialização, você deve registrar seu certificado no respectivo conselho regional do seu estado.
3. Supervisão Clínica
Por fim, uma maneira muito boa de ganhar experiência e se sentir mais seguro é através da Supervisão Clínica. Nela, um farmacêutico com experiência em Farmácia Clínica irá te acompanhar e te ajudar a resolver os desafios diários. Com o tempo, isso gera confiança e desenvolvimento de competências – habilidades, atitudes e conhecimento.
A Supervisão Clínica não é uma especialização latu sensu, ou seja, não dá titulação ao profissional que a realiza. Entretanto, ela é capaz de complementar a formação de uma maneira que raramente outro curso poderia. Quantos profissionais estudaram anos e ainda não se sentem seguros para empreender, atender um paciente ou resolver um problema? Nesses pontos, essa metodologia é fundamental.
Se você ficou interessado nessa opção, clique aqui para conhecer mais!
Se dedique ao longo do seu caminho!
Para todas as opções, é importante que você se dedique muito. Um farmacêutico clínico não nasce da noite para o dia, nem existe fórmula mágica para isso. Contudo, com um pouco de motivação, tudo se torna mais fácil e possível! Tudo que você precisa fazer é decidir o destino da sua carreira, pois quando se sabe o destino a escolha do caminho se torna mais fácil. Isso me lembra uma passagem de Alice no País das Maravilhas de Lewis Carroll (1865):
“Alice perguntou: Gato Cheshire… pode me dizer qual o caminho que eu devo tomar?
Isso depende muito do lugar para onde você quer ir – disse o Gato.
Eu não sei para onde ir! – disse Alice.
Se você não sabe para onde ir, qualquer caminho serve! – Disse o Gato”
E aí, você está perdido ou já sabe onde quer chegar? E o que você precisa para chegar até lá?
Prof. M.Sc. Wallace Bottacin
Farmacêutico
